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Como negociar o débito do limite do cheque especial

O cheque especial é muito utilizado por ser prático, mas muitos ignoram os altos juros cobrados. Por isso é importante entender o que é cheque especial e por que é preciso evitar usá-lo, a menos em caso de absoluta necessidade.

Quase todo mundo já passou por algum aperto financeiro, como doença inesperada, acidentes, fatura do cartão de crédito maior que o esperado, aumento do condomínio, carro quebrado, etc. não é? 

Com tantos imprevistos, muitas vezes o dinheiro disponível em conta corrente não é suficiente para arcar com todos os custos do mês. E o que acontece nesse momento? Muitas pessoas recorrem ao cheque especial, aquele valor “a mais” que aparece disponível na conta corrente em forma de “limite”. Dias depois, quando o salário do cliente cai, o banco logo desconta o dinheiro que tinha sido utilizado no cheque especial (aquela quantia que aparecia no extrato em vermelho, como saldo negativo). Analisando assim, parece simples contar com o cheque especial. É só usar e devolver! O problema é que essa facilidade tem um custo alto.  

Antes de tudo, é preciso entender que o cheque especial é um tipo de crédito que o banco oferece. Isso mesmo! É como se fosse um empréstimo pré-aprovado que o banco deixa ali disponível diretamente na conta para você usar a qualquer momento.  

E é bem aí que mora o perigo. Veja como funciona o cheque especial: O valor dos juros do cheque especial muda conforme a avaliação que os bancos fazem de cada cliente. 

Para se ter ideia, em fevereiro de 2023, segundo levantamento do Procon-SP, o juro médio do cheque especial praticado pelos grandes bancos no Brasil foi de 7,96% ao mês, o equivalente a 150,56% ao ano.  

Cheque especial na prática 

Imagine que um correntista de um banco tenha saldo de R$400 em sua conta. Se ele fizer uma compra ou pagar um compromisso por exemplo com saúde de R$1.400 no débito e tiver limite de cheque especial de R$1000.  Nesse caso será preciso devolver ao banco esse dinheiro utilizado o mais rápido possível. 

Assim, se ele for um trabalhador assalariado, quando a remuneração for depositada, será automaticamente cobrado o valor utilizado no cheque especial, somando as tarifas, impostos e juros aplicáveis pelos dias de utilização. O uso do cheque especial compromete a renda das pessoas. Afinal, já se começa o mês devendo dinheiro ao banco.  

O cheque especial tem juros altos e se torna caro porque o banco cede esse crédito sem pedir nenhuma garantia. Nesse caso, é preciso negociar as condições com o banco e assinar um contrato para ter limite de cheque especial disponível. 

Com o cheque especial, o limite fica ali disponível para usar sempre que precisar. É fácil e prático, mas exatamente por isso é preciso cuidado. Muita gente comete o erro de usar o limite do cheque especial como se fosse uma extensão da conta corrente. Isso pode levar a um endividamento fora do controle.   

Para comparar os juros, enquanto a cobrança de juros no empréstimo consignado chega a uma média de 42,8% ao ano, no cheque especial podem alcançar 151,8% ao ano. 

Mas não foi sempre assim. O Banco Central estabeleceu essa taxa de juros como teto para o cheque especial no início de 2020. Por isso, atualmente os bancos não podem cobrar taxas maiores que 8% ao mês para a modalidade. Antes disso, os juros do cheque especial chegavam facilmente perto de 350% ao ano! 

Não caia na armadilha do cheque especial! 

O grande problema acontece quando se acostuma com a facilidade de usar o dinheiro do cheque especial com frequência. Assim fica mais fácil cair na armadilha de fazer despesas contando sempre com aquele limite de crédito.  

Por mais que ele esteja ali, fácil de usar e aparecendo na conta corrente, é preciso lembrar que aquele dinheiro não é seu. 

Se acontecer, por exemplo, de chegar a data de o banco cobrar pelo uso do limite do cheque especial e não houver dinheiro em conta corrente para cobrir a despesa, será preciso arcar não só com os juros altos, mas também com uma multa estipulada pelo banco. 

Sabe aquele velho ditado que diz “quando a esmola é muita, o santo desconfia”? Por mais que o banco ofereça facilidades para usar o cheque especial – e muitas vezes libere um limite bem alto –, evite usar uma linha de crédito tão cara. 

Geralmente o empréstimo pessoal é uma opção de crédito mais barata. A praticidade não pode ser o único critério na hora de utilizar crédito. O custo da operação precisa ser analisado antes de qualquer coisa. 

Estou devendo o cheque especial e não consigo sair dele, e agora?

À medida que a dívida do cheque especial vai acumulando, ela fica mais cara, por causa dos juros compostos. Uma forma de tentar quitá-la e pagar menos juros é recorrer à negociação do débito. Entre em contato com a instituição financeira e converse sobre a possibilidade de conseguir juros menores.  Busque uma opção mais barata, como empréstimo pessoal, crédito consignado e até mesmo o parcelamento do cheque especial, busque parcelas que caiba dentro de seu orçamento, ou seja, dentro de sua capacidade de pagamento mensal, pois estas opções que lhe sugerimos possui juros menores de até um terço mais baratas que o cheque especial. Em última opção opte pela renegociação de seu cheque especial, que possui juros ainda mais baratos, a depender da instituição de até 1% a.m, neste caso você perderá seu crédito pelo período em que estiver pagando sua renegociação, veja o lado bom não poderá e nem conseguirá novos créditos, e qual é o lado bom disso tudo? Não fará novas dívidas. 

Aproveite esta nova realidade para se reorganizar e criar uma nova mentalidade quanto ao uso mais consciente e disciplinado do seu dinheiro e dos seus créditos. 

Construa uma reserva financeira para emergências, separando mensalmente uma parte da sua receita. O valor não precisa ser muito alto, e você pode começar poupando em torno de 10% da sua renda. Essa atitude fará com que você tenha algum dinheiro no momento que precisar e não tenha que recorrer a linhas de crédito com taxas abusivas. 

Agora que você já sabe como funciona o cheque especial e  conhece algumas dicas necessárias para se livrar dessa modalidade de crédito, aproveite para colocá-las em prática e sair do mau endividamento. 

Gostou deste artigo? Nos siga para aprender mais sobre como gerir bem suas finanças, no youtube através do canal @pagueseprimeiro e pelo perfil do instagram @pagueseprimeiro.oficial.

Forte abraço,

Pague-se primeiro: você em primeiro lugar.

 

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